A Psicanálise é a teoria mais conhecida e estudada na atualidade, foi fundada por Freud. A maioria das pessoas tem ideia de que toda terapia é baseada neste método, com palavras como Id, superego e ego. O psicólogo ficaria calado ouvindo o que o paciente fala sem contato visual algum entre os dois a não ser na hora de entrar ou sair do consultório ou pagar a sessão.
Atualmente até mesmo os psicanalistas alteraram esse modelo, a não ser que sejam os mais ortodoxos, a maioria realiza sessões bem diferentes daquelas propostas na antiguidade, ou seja, procuram estar com os clientes de um modo mais empático, mais presentes, sem aquele distanciamento proposto pelos cientistas, com intuito de “não influenciar”.
Muitas pessoas acreditam que existe somente a psicanálise e que Freud é o único que aprendemos na faculdade, não havendo outras teorias dentro da psicologia. Porém, a psicologia se desenvolveu em diversas novas teorias, até mesmo porque a psicologia estaria fadada ao fracasso caso observasse seu objeto de estudo, o ser humano, através de um único olhar.
Devido a sua complexidade o homem acaba precisando e possibilitando ser visto por diversas teorias, todas fundamentadas e bem conceituadas, formando assim um mosaico para o desenvolvimento desta ciência. A Psicologia Analítica foi fundada por Carl Gustav Jung, um ex discípulo de Freud, que vai discordar do conceito de libido, que segundo Freud, era originado somente da sexualidade. Jung traz novas formas de pensamento, ou seja, não limita a energia somente a sexualidade, e sim apresenta um método capaz de olhar a busca de algo a mais do que o prazer sexual outrora reprimido.
Este parece ter sido o primeiro indício de divergência entre ambos, entretanto ao verificarmos relatos pós rompimento a divergência sempre existiu. Jung como um bom filho nunca havia exposto essas dúvidas relacionadas a teoria de Freud ao seu criador. Não podemos pensar também de maneira ingênua, pois Jung também queria prestígio e Freud como um bom pai foi uma ótima oportunidade para que esse contato continuasse se estreitando por aproximadamente 7 anos, levando Jung a adquirir ganhar espaço no meio psicanalítico e psiquiátrico que estavam inseridos.
Após o rompimento Jung passou a desenvolver sua própria teoria a psicologia analítica, com novos conceitos e método diferente dos propostos por Freud.
Entrevistador: Que tipo de homem era Freud?
Jung: Bem, ele era de uma natureza complicada. Eu gostava muito dele. Mas descobri que, quando ele pensava em algo, então estava estabelecido enquanto eu duvidava de tudo o tempo todo. Assim, era impossível discutirmos algo realmente a fundo.
Você sabe que ele não tinha educação filosófica em especial. Enquanto eu estava estudando Kant e estava mergulhado nele e isso estava longe de Freud. Assim, desde o começo havia uma discrepância.
Entrevistador: E foi, mesmo em parte devido a uma diferença na abordagem do experimento e prova, que vocês mais tarde se separaram?Jung: É claro, sempre há uma diferença e a abordagem dele era naturalmente diferente da minha porque sua personalidade é diferente da minha. Isso me levou depois a investigação dos tipos psicológicos. Existem atitudes definidas. Algumas pessoas fazem uma coisa de uma maneira , outras de outra maneira. E existiam diferenças entre Freud e mim.
Entrevistador: Você considera que o modelo de Freud de prova e experimentação era menos elevado que o seu?
Jung: Bem, essa não é uma avaliação que compete a mim. Eu não sou a minha própria história ou meu historiógrafo. Em relação a certos resultados, julgo que meu método tem seus méritos.
(face to face – Carl Gustav Jung)